quarta-feira, 28 de julho de 2010

Tão perto e tão longe.

Estamos perto de nós mesmo. Distante um do outro.
Nascemos sob a estrela errada,
Em um desencontro descompassado.
Faço do meu caminho a sua estrada.

E cerca-me de destroços, súbita matéria bruta
Materializada agora, em minha frente
Queria pulá-la até ti por essa estrada
Estrelas que me guiam levemente.

Amor distante, tão longe e certo
Tão perto de mim.
Diga se há remédio para amor sem fim.

Não há espaço para o amor
Não há dias de chuva,
Apesar de quase sempre chover.
Nesses sonhos distantes,
Verei o que não posso ter.

Triste... Estou, e o aperto que fere...
Já não sinto. A agonia de não tê-la
Leva-me ao instinto de não querer ser mais homem
E de fera ir além, tampar as lembranças contigo.

Amor onde? O semblante do destino é o absurdo
Enterramos seu corpo imundo, ceifamos seus ditos
Amor. Que amo do começo; cego, surdo e mudo
No berço dessa noite acordo o silencio em gritos.

Nesse desatino, mundo insano.
Deixe amor... A voz que meu trouxe você
Logo adormeceu e os meus gritos surdos
Silenciaram-se junto aos teus.

Doce Dinely, do sorriso mais belo
O silêncio agasalha o caos mundano: O sufoca.
E o sitio que passeias sou flores por seus cabelos.

Sujeito-me ao tempo, algoz da espera
Vendo-te na luz do dia, e na lua brilhante.
Quem sabe na próxima estação,
Querido André, instigador de minha inspiração,
Que plaina em relevo distante,
Eu esteja mais perto de ti do que jamais estive antes.

Não me espere em tempo na materialização humana
Pela cálida passagem da terra somos irmãos de átomos celestes
Na distancia contemplando nuvens e arvores e savanas
Imaterial, somos a essência poética de leste a oeste somos.

Mas se volto ao estado físico caio em gritos
Em prantos lamentosos. E penso derradeiramente
Na consciência de não ser mais gente, ser eternamente...
Parte de seus ossos depois da morte ainda estarmos juntos.

Ander e Dinely 28/07/2010

(Minha primeira poesia em parceria. Uma experiência incrível)

sábado, 17 de julho de 2010

Pôr do Sol.

Em laços de amor
Correndo onde for
De flor em flor em flor
Vem amigo...
Vim brincar contigo
Onde estamos
Outrora vimos:

A letra do discípulo
Que escreveu a carta
Narrativas da dor...

Pôr do Sol
Lá vem a Águia
Acrobata dos sonhos
Deusa e Deus
Trevas e Trevo
Quando se foi?
Quando voltou?
Amor, amor, amor.

A letra do discípulo
Que escreveu a carta
Narrativas da dor.
Longe, longe, longe.

Ander 15/07/2010

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Transe Campestre.

Passa o tempo passatempo
Passa, passa, passa sentimento
Passa com o tempo vá embora
Vá com o vento vá minha senhora.

Passa, passa com o tempo vá embora
Passa, vá com aquele passarinho, ele vá para o ninho
Da comida a lagartinhos?
Que importa. Nada importa. Vê a baleia trepada na árvore?

Passa o tempo passatempo
Passa, passa, passa sentimento
Passa com o tempo vá embora
Vá com o vento vá minha senhora.

Não importa não importo, mas no fundo me importo
Mas o fundo é um poço seco e agora?
São palavras campestres, hilárias, pois este é um quarto
Não de pau a pique e sim de concreto e cadeado.

Que importa. Nada mais importa. A baleia esta na árvore.
(Do sertão, do sertão a baleia está na árvore do sertão).

Ander 07/06/2010.